Simonia e Indulgência
Simonia
é a venda de favores divinos, bençãos, cargos
eclesiásticos, prosperidade material, bens espirituais, coisas sagradas,
objetos ungidos, etc. em troca de dinheiro. É o ato de pagar por sacramentos e
consequentemente por cargos eclesiásticos ou posições na hierarquia da igreja.
A etimologia da
palavra provém de Simão Mago, personagem referido nos Atos dos Apóstolos (8, 18-19), que
procurou comprar de São Pedro o poder de transmitir pela
imposição das mãos o Espírito
Santo ou de efetuar milagres.
O Direito Canônico também estipula
como simonia atos que não envolvem a compra de cargos, mas a transação de
autoridade espiritual, como dinheiro para confissões ou a venda de absolvições.
A prática da simonia no final da Idade
Média provocou sérios problemas à postura moral da Igreja. O poeta
Dante Alighieri condena os simonistas ao
oitavo círculo do inferno, onde encontra o Papa
Nicolau III enterrado de cabeça para baixo, com as solas dos pés em
chama. O exemplo de Nicolau III serve como aviso e previsão aos Papas Bonifácio VIII, o Papa
contemporâneo à "Divina
Comédia", e Clemente
V, seu sucessor, pela prática de tal pecado.
Escritores menos devotos, como Maquiavel e Erasmo de Roterdã, também
condenaram a simonia séculos mais tarde.
A prática de simonia foi uma das razões que levaram
Martinho Lutero a escrever as suas "95 Teses" e
a rebelar-se contra a autoridade de Roma. Hoje a
doutrina católica, pune com excomunhão latae sentientae, ou seja,
automaticamente, a todo e qualquer ato de simonia, que alguns de seus membros
vierem a praticar.
A Igreja da Inglaterra também viu-se
envolvida com a prática de simonia após ter-se separado da Igreja Católica.
Atualmente a prática da simonia é muito frequente nos meios Pentecostais e
principalmente nos neo-Pentecostais através da propagação da Teologia da
Prosperidade.
Indulgência
Na doutrina
católica Indulgência (do latim indulgentia, que provém de indulgeo, "para ser
gentil") é o perdão fora dos sacramentos, total ou parcial, "da pena temporal devida, para a justiça de Deus, pelos pecados que foram perdoados," ou seja, do mal causado como
conseqüência do pecado já perdoado, "a remissão é concedida pela Igreja
Católica no exercício do poder das chaves, por meio da aplicação dos
superabundantes méritos de Cristo e dos santos, por algum motivo justo e razoável." Embora "no sacramento da Penitência a culpa do pecado é removida, e com ele o castigo eterno devido ao pecado mortais, ainda permanece a pena
temporal exigida pela Justiça Divina, e essa exigência deve ser cumprida na
vida presente ou no mundo vindouro, isto é, o Purgatório. Uma indulgência oferece ao
pecador penitente meios para cumprir esta dívida durante sua vida na
terra", reparando o mal que teria sido cometido pelo pecado.1
As indulgências foram
concedidas no início da Igreja Católica para reduzir as penitências severas2 que muitas vezes resultavam
em torturas, mutilações e em vários casos a morte, desenvolvendo-se plenamente
no século III. 3
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