Barão do Rio Branco e a Questão do Acre
Geografia – O território Nacional 12 \ 02 \ 2008
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Tags: Barão do Rio Branco, Ditadura, Geografia, IBGE, Questão Acre, Território
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Território
é um espaço submetido a um poder político. Nesse território existem
propriedades privadas, onde o proprietário pode utilizá-la para fazer
empreendimentos econômicos ou comercializá-la. Porém, não cabe a ele o
domínio político do seu patrimônio, isso é exercido pelo Estado, através de
leis. O patrimônio privado e a soberania pública constituem a base do
território nacional.
As
fronteiras são extremamente importantes na constituição do
território. São elas que delimitam a atuação da soberania estatal. Para se
criar uma fronteira, é preciso estabelecer três etapas:
Definição,
que é uma operação conceitual onde se chegará a um acordo sobre os princípios
gerais que levarão à formação da fronteira; delimitação, um processo
cartográfico, no qual será marcado no mapa os limites fronteiriços; demarcação,
uma operação física, onde são colocados marcos nas fronteiras.
A maior
parte das fronteiras brasileiras foram criadas no período Imperial e na “era
Rio Branco”. A minoria emergiu do período colonial. A “era Rio Branco”
constitui um período marcado pela figura do Barão do Rio Branco, responsável
pela política externa durante o início do período republicano brasileiro. A sua
obra de fronteiras definiu grande parte das delimitações do território
brasileiro. Defendeu o Brasil nos Arbitramentos internacionais, que era um modo
de resolver os conflitos fronteiriços, por meio da escolha de um Terceiro
Estado, neutro, que resolvia o problema. O seu principal feito foi a “questão
do Acre”. Na época o Acre pertencia a Bolívia. Mas com a “corrida da borracha”
inúmeros seringueiros brasileiros foram para o local. Chegaram até mesmo a
conseguir uma efêmera independência. Para contra-atacar, a Bolívia assinou um
acordo com um cartel de empresas norte-americanas, dando a elas o direito de
exploração do Acre. Os seringueiros se revoltaram. O exército boliviano foi
posto de prontidão. É nesse período que entra a figura do barão do Rio Branco,
onde por meio de negociações diplomáticas, conseguiu tomar o Acre para o
Brasil, através do tratado de Petrópolis. Em troca, o Brasil pagaria uma certa
quantia e construiria a ferrovia madeira-mamoré, que escoaria a exportação
boliviana para as partes navegáveis dos rios amazônicos.
Durante a
formação das fronteiras brasileiras, o Brasil se apoiou no mito das “fronteiras
naturais”, segundo o qual os limites do território já estariam preestabelecidos
devido aos cursos dos rios e outros fatores naturais que constituem as
fronteiras. Embora apresente certa semelhança, os limites fronteiriços
brasileiros não estão ligados ao “natural”, mas sim a processos históricos e
políticos.
O Brasil
é “cortado” por quatro fuso horários. No entanto, o sistema de horas legais
vigente no país é bastante prático, pois modifica, de certa forma, a posição do
fusos, de modo que um mesmo estado não tenha horários diferentes ao longo do
seu território.
Atualmente,
o Brasil é um Estado Federal, ou seja, as unidades federais (estados) possuem
autonomia, expressa pela constituição própria, embora esteja submetida à
constituição nacional, o direito de eleger o seu próprio governante e
fazer assembleias. O poder legislativo brasileiro possui um sistema bicameral,
onde se tem a câmara baixa, que é a Câmara Federal, composta por deputados que
representam o povo e a câmara alta, corresponde ao Senado Federal, composto por
senadores, que representam os estados.
Ao longo
de sua história, os estados que compõem o território brasileiro sofreram
desmembramento, isto é, uma parte de um grande estado se emancipou e passou a
constituir uma outra unidade federal. Isso acontece devido a valorização
econômica, o crescimento demográfico vivido pela parte do estado que busca a
sua emancipação. Além disso, um território muito grande se torna
difícil de ser governado. Com a separação, o novo estado ganha autonomia e um
sistema de administração que facilitam o planejamento do desenvolvimento
econômico. E a elite regional ganha mais poder ainda. É bom ressaltar que um
grande território não é sinônimo de grande população, principalmente no que diz
respeito aos estados. O que atrai a massa populacional é oportunidade de
emprego, boas redes de hospitais, educação, infra-estrutura e desenvolvimento
econômico. Um exemplo está na comparação entre o Amazonas e São Paulo. A
população paulista é muito maior que a amazonense.
Durante o
período da Ditadura, Getúlio Vargas, criou o Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), com a finalidade de reunir informações, através de
pesquisas, sobre o território brasileiro, para melhor planejar o
desenvolvimento econômico e social das regiões pouco populosas do Brasil.
Foi a partir de então que criou-se as macrorregiões geográficas, que dividem o
país em sudeste, nordeste, norte, sul e centro-oeste. Os agrupamentos foram
feitos mediante características semelhantes, como a economia, a população
e os fatores naturais. Como era muito generalizado, não serviu para a
verdadeira finalidade da divisão: a obtenção de dados para o planejamento.
Portanto, fez-se uma nova divisão, as mesorregiões geográficas, onde se punha,
em um mesmo grupo, regiões com estruturas de produção e características
naturais semelhantes. Também era muito generalizada e, por isso, criou-se as
microrregiões geográficas, que são os municípios. O agrupamento se dá pelo grau
de influência dos centros urbanos e o modo de utilização do solo
dominante.
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