ENSINO RELIGIOSO


A verdadeira riqueza do homem é o bem que ele faz no mundo”

                                                  Profeta Maomé

 













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ISLAMISMO

        Fundação: Península Arábica, pelo profeta Muhammad (570-632). O nome da religião vem de “Islam”, que, em árabe, significa submissão a Deus.
        Mais de 1,3 bilhão de adeptos.
        Doutrina: baseia-se no livro sagrado Alcorão e nos atos, ditos e ensinamentos de Muhammad. Os muçulmanos crêem num único Deus (Allah), onipotente, que criou a natureza por meio de um ato de misericórdia. Consciente da debilidade moral da humanidade, Deus enviou profetas à Terra. Adão foi o primeiro e recebeu o perdão divino ( o islamismo não aceita a doutrina do pecado original). Muhammad é considerado o último profeta enviado por Deus. Os muçulmanos crêem nos profetas anteriores a ele, que incluem Jesus Cristo.
      Os muçulmanos seguem cinco pilares fundamentais:
1)   Testemunhar que “não há deus senão Deus, e Muhammad é o mensageiro de Deus”
2)  Orar cinco vezes ao dia em direção a Meca – berço do islamismo e lugar sagrado.
3)  Pagar o tributo, Zakat, que corresponde a 2,5% da renda anual do muçulmano, para caridade.
4)  Jejuar no mês de Ramadã, época em que comer, beber e manter relações sexuais são atividades proibidas entre a alvorada e o anoitecer.
5)  Fazer uma peregrinação a Meca pelo menos uma vez na vida, para aqueles que têm condições.
Hierarquia: não há.
Liturgia: rezam cinco vezes ao dia em direção a Meca. Quando possível, a oração deve ser feita na mesquita.
Nome do templo: mesquita.
Principais ramos/ denominações : sunitas e xiitas.
Principais comemorações:
·        Ramadã – mês sagrado em que Muhammad recebeu a primeira revelação divina. É o nono mês do calendário muçulmano (lunar), que começa em 622 d.C., com a ida do profeta Muhammad de Meca para Medina. Do amanhecer ao pôr-do-sol, os muçulmanos não podem comer nem beber e adotam a abstinência sexual. O Eid al fitr celebra o fim do jejum realizado durante o Ramadã.
·        Eid al adha – festa do sacrifício. Comemora o sacrifício que Deus exigiu de Abraão, para     testar sua fé. Os muçulmanos acreditam que seu filho Ismael ia ser morto, mas foi poupado por Deus.
Lugares santos : Meca, Medina (Arábia Saudita), Jerusalém.
Países em que é mais importante: Países árabes, Irã, Indonésia, Paquistão, Turquia.



       “Eu vos disse isso para que minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja perfeita. Eis o meu mandamento: amai-vos uns aos outros como eu vos amei.”
                                                              Jesus Cristo, carpinteiro da Galiléia,
                                                             Mestre supremo dos cristãos, 1-33.
 
 








CRISTIANISMO

       
        Fundação : Oriente Médio, por Jesus Cristo, início da era Cristã.
        Cerca de 1,9 bilhão de adeptos.
        Doutrina: segue a palavra e o exemplo de Jesus Cristo filho de Deus, que sacrificou sua vida na cruz pela humanidade. A doutrina se baseia na ressurreição de Cristo, na mensagem de fraternidade e na promessa de salvação e vida eterna. Há várias denominações. Dos cerca de 1,9 bilhão de cristãos, cerca de um bilhão são católicos, majoritários no Brasil. No país, destacam-se também as igrejas pentecostais.
        Catolicismo.
Hierarquia:
·        Papa - considerado o sucessor do apóstolo Pedro, que seria o primeiro papa da Igreja Católica Apostólica Romana. Para o catolicismo, a autoridade papal provém diretamente de Jesus Cristo, por intermédio de Pedro.
·        Cardeal – mais alto dignitário da Igreja Católica depois do papa. Quando o papa morre, os cardeais se reúnem em conclave (assembléia fechada) para eleger seu sucessor.
·        Bispo – considerado sucessor dos apóstolos; responsável, com o papa, pela administração de uma diocese (reunião de paróquias).
·        Padre – todo batizado que recebeu ordenação sacerdotal. Responsável por uma paróquia ou por serviços da Igreja.
Liturgia: a celebração principal é a missa (na Igreja Católica, refere-se à celebração de eucaristia).
Nome do templo: Igreja.
Principais ramos: Igreja Católica Apostólica Romana, Igreja Católica Armênia, Igreja Católica Caldéia ( Iraque, Síria, Líbano e Egito), Igreja Greco-Melquita, Igreja Maronita    ( Líbano).
Principais comemorações :
·        Natal - dia em que se comemora o nascimento de Jesus Cristo.
·        Quaresma – Os 40 dias que vão da quarta-feira de Cinzas até o Domingo de Páscoa, destinados à penitência (arrependimento por falta cometida).
·        Semana Santa – período que celebra a instituição da eucaristia, a morte de Jesus e sua ressurreição.
·        Páscoa: celebra a ressurreição de Cristo.
Lugares Santos : Jerusalém, Belém, Nazaré, Roma.
Países onde é mais importante : Itália, Brasil, Polônia, México, Filipinas.






























“Juro por Mim Mesmo, o Senhor declara: Por teres feito isto, e não teres negado teu filho, teu dileto, dar-te-ei Minha benção e farei teus descendentes tão numerosos como as estrelas do céu...Todas as nações da Terra se abençoarão a si mesmas por meio de seus descendentes, porque obedecestes a Minha ordem”         Gênesis 22:15-18
 
 






Judaísmo


Fundação: Oriente Médio, por Abraão, por volta do séc. 17 a.C.
Cerca de 13 milhões de adeptos.

Doutrina: a Torá, livro sagrado do judaísmo, contém a vontade de Deus expressa por meios de preceitos (mitzvot) que os homens devem seguir. A Torá é formada por cinco livros, o Pentateuco. O Talmud (estudo, em hebraico), criação dos rabinos, expande as interpretações judaicas. Os judeus têm a convicção de ser o povo eleito e acreditam num Deus único. A crença tradicional judaica afirma que Deus vai enviar à Terra um “Mashiach” ( messias, em hebraico).

Hierarquia : não há.

Liturgia: rezam três vezes ao dia: de manhã, à tarde e ao anoitecer. Como sinal de respeito a Deus, cobrem a cabeça para orar, com um chapéu ou com um solidéu (kipá).

Nome do templo : sinagoga.

Principais ramos/denominações: ortodoxos, conservadores, reformistas e liberais.

Principais comemorações:

·         Rosh Hashaná : Ano Novo Judaico, comemorado nos dias 1 e 2 do mês judaico Tishrei (geralmente setembro ou outubro). A contagem do calendário judaico começa na simbólica criação do mundo. O ano litúrgico termina com quatro dias de jejum em memória da destruição dos templos judaicos, em 586 a.C. e em 70 d.C.

·         Iom Kipur – dia do perdão, que é uma das festas mais importantes do judaísmo.
·         Sukot (tabernáculo) – comemora os 40 anos durante os quais o povo judeu viveu no deserto.
·         Hanukah (dedicação) – comemora o triunfo dos macabeus. É a festa das luzes.
·         Purim (porções) – lembra a história da salvação dos judeus persas.
·         Pessach – a Páscoa judaica, que comemora a saída do povo judeu do Egito, onde eram escravos.
·         Shavuot (Pentecostes) – celebra o momento em que Deus entregou a Torá, no monte Sinai, ao povo de Israel.
Lugares santos: Jerusalém, Hebron.
Países em que é mais importante: Israel, EUA.   


 

 


















VISÃO DE DEUS

A pessoa humana pode descobrir o transcendente pela razão e pela experiência.
A religiosidade  é algo individual,único,intransferível, incomunicável.
Já pelo uso da razão a pessoa tenta explicar esta relação com o ser sobre-humano, definindo quem é Deus, seus atributos, etc. São os conhecimentos, teologia.
Muitas vezes acaba-se pessoalizando Deus, fazendo-se uma imagem Dele que nada mais é do que projeção das necessidades humanas, pois Deus é inexplicável.
Todos os povos, no decorrer da história, conceituaram, transmitiram, sua idéia sobre o sobre-humano e tiveram seus ritos, cultos etc.
Veremos brevemente algumas dessas concepções, para que se tenha uma visão mais ampla.
1)   Animistas: crêem num ser supremo, criador e remunerador: em alguns povos, invocados para dar “energia” na caçada ou entendidos como ordenador do caos. Fonte originário do mana; um poder transcendente, não alheio ao mundo e ao homem.
2)   Panteísmo: crença de que tudo é deus: astros, seres vivos, etc.
3)   Monismo: é uma forma especial de panteísmo, na qual deus e a natureza se dissolvem em uma só realidade, concebida como impessoal.
4)   Monoteísmo: alguns povos tiveram uma tendência monoteísta, dentro de seu sistema religioso politeísta.
Egito: na época do faraó Aquenatón.
Mesopotâmia: Nabucodonosor eleva Marduck, deus protetor e supremo da cidade de Babilônia.
China: onde o conceito de Brahma implica num monoteísmo nuclear.
Entre os gregos e os romanos: onde Zeus e Júpiter são deuses supremos, com soberania e transcendência.
Há ainda o monoteísmo implícito, onde Deus não é cultuado, mas está presente na crença religiosa, embora obscurecido na sua transcendência (Deus ocioso) e no seu dinamismo (Deus vivo): - deus ocioso = Olorum entre os iorubas da África e no candomblé.
-      deus vivo = que é tão ativo que se confunde com a natureza. É próprio da cultura pastoril, que têm a noção de “pai do céu e de Mãe-Terra”.
Esta idéia de Ser Supremo não foi algo que surgiu de repente. Foi um processo lento, que culminou entre o povo hebreu, com a descoberta de Javé, um Deus único e solidário.
Numa primeira fase ele é sentido como um Deus longínquo e que amedronta. Daí resulta a necessidade de um intermediário (Moisés) e exige ritos de purificação etc.
Com o passar do tempo há a descoberta do Deus que
está na História é o Deus de Israel, o Deus de povo. O sagrado aparece como uma providência moral e histórica. É a época da aliança. Existe aí a consciência de vocação histórica, sustentada por um poder divino.
O ser humano é colaborador de Deus, num desígnio que se realizará na história.
Num terceiro momento aparece a idéia de Deus criador e transcendente. Ele é único e é Deus de todas as criaturas existentes. Nasce a consciência da fragilidade da criatura e do poder do criador.
Já numa quarta etapa efetiva-se a noção de Deus como princípio de justiça ultra-terrena. Afirma-se o triunfo da vida sobre a morte, através da justiça. Unificam-se os anseios mais arraigados na pessoa: a ânsia de viver em plenitude realiza-se no religioso.
Só com Jesus que há a revelação de que Deus é amor, é pai.
Todas esses idéias de Deus permeiam o mundo de hoje, mas ao mesmo tempo purificam-se. Em vez de Ser Supremo, muitas pessoas hoje vêem Deus como uma força superior, que não tem força humana. É mais que humano: é parte da realidade, harmonia, equilíbrio, luz.
                   Tem uma relação indireta com os homens, através dos fatos, da história, etc. Não é um ser que conduz e determina com normas e leis, mas um ser que impulsiona a vida segundo as leis da compreensão, da ordem natural e a vida está em harmonia com esta.
                   Não é algo acima de tudo e de todos, mas está em tudo e em todos, se manifesta (onipresente).
                        É a harmonia dos opostos, o masculino e o feminino, simbolizando o Amor. É mistério, é infinito, inexplicável. Onisciente, onipotente, energia que tudo gera e sustenta, é Criador. Pai, bondade infinita, amor.



O HOMEM E A RELIGIÃO
                   Todos os seres humanos, certamente em vários momentos de suas vidas, ao olharem para a imensidão do universo, para as belezas naturais do nosso planeta e para o próprio homem como o ser maravilhoso que é, provavelmente já se perguntaram:
·        De onde tudo teria surgido?
·        Por que foram criados?
·        E por quem ?
Ao analisarmos a nossa passagem pela Terra, com certeza já nos perguntamos qual a nossa missão aqui.

A RELIGIÃO
                   Para buscar respostas a todas essas perguntas, o homem precisou elevar seus pensamentos e sua alma e acreditar numa força maior capaz de criar tudo o existente na natureza e encontrar um significado para sua vida.
                   O homem, ao observar o seu tamanho comparado à imensidão do universo, foi levado a acreditar em um ser superior, mesmo quando não conseguia definir o seu significado.
                   A relação do homem com este ser sempre esteve presente, ao admirar a natureza, ao prestar ajuda aos seus semelhantes e ao praticar o amor.
                   Em função da busca dessa força superior, o homem passou a se reunir em grupos com idéias semelhantes. Surgem então, as religiões.
                   Religião:   é a crença em forças superiores e a tentativa de organizar essa crença através de normas que formam os princípios doutrinários.

A IMPORTÂNCIA DA RELIGIÃO PARA A SOCIEDADE
                   A religião é que estabelece as leis morais que contribuem para a formação cultural de um povo.
                   Ao estudar todos os povos da Antigüidade você observou a importância da religião na estrutura social, política e econômica desses povos. A religião foi de suma importância para manter a união de muitos povos.
                   Na antigüidade a maioria dos povos eram politeístas, isto é, adoravam inúmeros deuses. Na atualidade as religiões caracterizam-se pelo monoteísmo: a crença em um único Deus.
                   Já existiram e existem muitas religiões espalhadas pelo mundo. Todas à sua maneira procuram aproximar o homem de Deus.


    
 























RITOS FUNERÁRIOS DAS RELIGIÕES MAIS CONHECIDAS:


Judaísmo: A mais antiga das religiões ocidentais fundamenta-se nas escrituras deixadas pelos profetas na Bíblia Sagrada. A vida é preparação para um mundo vindouro; a cremação é proibida. Judeus não velam mortos com caixão aberto, pois a exibição do corpo é considerada desrespeito. Os homens são enterrados com seu xale de oração. Durante a cerimônia o rabino discursa e os filhos homens recitam oração (kadish). O luto judaico acontece em três fases: shivá – sete primeiros dias; shloshim – período de 23 dias; avelut - estende-se até o primeiro ano após o falecimento, porém só deve ser observado pelos filhos.
Cristianismo: Abrange as religiões que professam os preceitos deixados por Jesus Cristo, crê nos profetas bíblicos e no Novo Testamento dos profetas cristãos. Inclui católicos, Evangélicos, Pentecostais e Ortodoxos ( o Espiritismo, que reúne os seguidores de Alan Kardek, é uma tradição particular nesse contexto, pois crê na reencarnação do espírito, que é eterno e evolui). Os cristãos crêem que após a morte o espírito vai para o céu ou para o inferno (os católicos crêem no purgatório), de acordo com os pecados que cometeu. Crêem no Juízo Final, quando os mortos ressuscitarão para uma vida eterna junto a Deus. Os rituais de morte e de luto têm similaridades, incluindo: unção, velório, enterro e orações  cultos, missas).
Islamismo: Pertence à tradição dos profetas bíblicos, mas tem Maomé como último grande profeta. Vê a morte como passagem para uma próxima etapa; no Juízo Final acontecerá a ressurreição, todas as almas retornarão a corpos jovens e sem defeitos. A cremação voluntária é proibida. O caixão serve apenas para transportar o corpo até o cemitério; deve ser simples. O velório apenas serve para cumprir a burocracia ou aguardar um parente. Quanto antes for realizado o sepultamento melhor. Não há luto; para o islamista a morte deve ser vista como natural.
Budismo: Equipara a vida a um a situação de “sono”, motivada pela ignorância que mantém o homem inconsciente de sua verdadeira natureza e preso a um ciclo de renascimentos e mortes ( tudo transitório e interligado). Ao obter a “Verdadeira Sabedoria”, ele se liberta, alcançando o Nirvana ou estado de perfeição espiritual. Os budistas adotam prioritariamente a cremação. Durante o luto é importante cultivar sentimentos de gratidão com relação aos familiares que se foram e aprender com o morto sobre a inevitabilidade da morte.
Hinduísmo: Crê na reencarnação. A vida na terra é parte de um ciclo eterno de nascimentos, mortes e renascimentos. A pessoa pode levar uma vida voltada para o bem e se libertar desse ciclo. O cumprimento correto do dharma ( deve ser prescrito) pode levar o praticante à mukti (liberação) do karma (ciclo repetitivo de nascimento e morte ). Os mortos são cremados em uma pira aberta, acesa pelo filho mais velho do falecido.
Candomblé: De origem africana, entende que a vida continua por meio da força vital imperecível de cada um: o ori, que volta a reencarnar em outro corpo da mesma família. O rito funerário (axexé) começa após o enterro e pode durar dias; objetos pessoais do morto são quebrados e jogados em água corrente. A morte leva tempo para ser superada e mais tarde o ente que se foi interfere na energia do grupo ao qual esteve ligado.                     





ATIVIDADE : O HOMEM E A RELIGIÃO
1.   Você tem uma religião? Qual?
2.   Você segue os preceitos que a sua religião estabelece?
3.   Qual a sua opinião sobre as pessoas que se dizem membros de uma religião mas não segue os seus preceitos?
4.   Você acredita em um ser superior? O que ele representa para você?
5.   Que críticas você faria as pessoas ou países que brigam por questões religiosas?
6.   Na sua opinião, o que está afastando os jovens da religião?
7.   A sua religião está completamente enquadrada na realidade do dia-a-dia das pessoas?
8.   Qual a importância de Deus para o homem?
9.   Qual o principal objetivo da religião?
10.           Qual a importância da religião para a formação das sociedades?







“Que a estrada se abra a sua frente. Que o vento sopre levemente as suas costas. Que o Sol brilhe morno e suave em sua face. Que a chuva caia de mansinho em seus campos . E até que nos encontremos de novo que Deus lhe guarde na palma de suas mãos.”
                                            ( prece irlandesa )
 
 























LEITURA  COMPLEMENTAR
O PESSACH
Para judeus e cristãos, festa representa o início da nova vida.
O Pessach, celebrado no 15O. dia do nisan , o sétimo mês do calendário judaico, coincide com a Páscoa dos cristãos, que será celebrada nesse domingo. Na verdade, há uma íntima relação entre as duas festas.
         Quando Jesus Cristo , que era judeu , reuniu-se com seus apóstolos para a última ceia”, o objetivo era justamente a comemoração da fuga do povo hebreu  do Egito. Imediatamente depois ele seria preso e crucificado, para ressuscitar três dias depois, segundo a crença cristã. Daí a coincidência das datas no calendário judeu e cristão.
          A Páscoa marca o dia da ressurreição de Cristo – e também  tem para os seguidores o significado de passagem. “No domingo de Páscoa celebramos a passagem da morte para a vida, do pecado para a graça, do mal para o bem”, explica o bispo dom Fernando Figueiredo, da Diocese de Santo Amaro, em São Paulo. “É o ressurgir para a vida nova”.
            Nas duas culturas a data tem uma importância crucial. Raul Meyer, do Centro de Cultura Judaica, observa que o êxodo assinala o surgimento do povo hebreu. “Surgiram ali as condições para a criação de uma cultura comum”, diz.
          Para os cristãos, a ressurreição de seu líder, teria confirmado tudo que ele havia dito e a sua divindade. Daí o fato de a Páscoa ser mais importante que o Natal e qualquer outra festa da liturgia cristã. Segundo o apóstolo São Paulo,“ Se Jesus não ressuscitasse, vã teria sido a nossa fé”.
PÁSCOA JUDAICA COMEÇA HOJE E DURA OITO DIAS COM BOA COMIDA 
As celebrações rememoram a saga do povo na fuga do Egito dos faraós.
         Começam hoje à noite, ao surgir das primeiras estrelas, as comemorações da Páscoa Judaica, mais conhecida como Pessach, palavra hebraica que significa passagem, salto. A celebração, que dura oito dias, é feita em família e relembra um evento ocorrido há 3.3l5 anos: o êxodo, a libertação do povo judeu da escravidão e a sua fuga do Egito.
          Mas a festa também tem um significado atual, segundo Raul Meyer, vice-presidente do Centro de Cultura Judaica de São Paulo: “É um momento em que festejamos e defendemos a liberdade como o bem mais precioso de todos os homens”.
          Em São Paulo, que reúne uma comunidade estimada de 65 mil judeus , ontem foi um dia de preparativos. Para a maioria das famílias ela se inicia com o seder, jantar típico, no qual todos os alimentos têm um aspecto simbólico. Um dos mais característicos é o matzá, pão sem fermento para lembrar que a saída do Egito foi feita às pressas, por ordem do faraó. Não houve tempo para fermentar o pão que alimentaria os judeus em sua jornada. Durante os dias do Pessach não deve comer nenhum alimento fermentado.
Em hebraico – O ritual do seder segue as instruções contidas no Hagadá, livro com a narrativa do êxodo. O arquiteto paulistano Silvio Heilbut, de 58 anos, lembra que em sua infância a celebração era inteiramente em hebraico, por vontade de seus pais. Hoje parte do ritual já se faz em português.
          “É um encontro alegre, que diverte principalmente as crianças, e no qual se come bem”, define Heilbut. “Geralmente as famílias convidam pessoas sozinhas para festejar com elas”.
          Heilbut gosta particularmente do momento em que uma criança faz perguntas sobre o significado daqueles dias. As respostas devem ser dadas pelo homem mais velho presente.
          Boa parte dos alimentos para a festa são preparados em casa. Mas aumenta a cada ano a quantidade de produtos industrializados à disposição das famílias.               

Reportagem do Jornal “O Estado de São Paulo” do dia 22/03/2.002 – por Roldão Arruda.
   



ORAÇÃO:
                São Tomás de Aquino ( 1225-1274)


Que chegue a ti, Senhor,
por um caminho seguro e reto,
caminho que não se desvie entre
prosperidade ou adversidade,
de tal forma que eu te dê graças nas horas
prósperas e nas adversas conserve a
paciência,
não me deixando exaltar pelas primeiras,
nem abater-me pelas outras.

                            ( do livro de Frei Raimundo Cintra e Rose Marie Muraro –
                                 As Mais Belas Orações de Todos os Tempos.)










BUDISMO:
Adeptos : 400 milhões atualmente.
         Fundação: século VI a.C.
            Fundador:  Sidarta Gautama ( Gôtama), chamado o Buda (o iluminado).
            Lugar: Nepal, ao norte da Índia.
            Livro Sagrado: Tripitake ou Tripitaka (os três cestos da sabedoria).
            Distribuição : China, Japão, Ceilão, Tailândia, Birmânia, Vietnã, Coréia, Mongólia, Camboja, Nepal, Laos e Índia.
            Ramificações: O budismo se divide em Mahayana ( grande-veículo) e Hinayana                     ( pequeno-veículo). O hinayana quer manter as teses primitivas. Segue a linha ortodoxa. Mais individualista. O que interessa é: eu e minha salvação. O ideal é o monge. O budismo mahayana é menos intelectualista, ascético e pessimista. Vale a pena lançar-se no ilusório por amor aos outros.
            O Buda:   Sidarta procurava a sabedoria, desfez-se de todos os bens que possuía, raspou a barba e o cabelo; deu suas roupas de príncipe a um mendigo. Procurou a sabedoria com grandes mestres, mas eles lhe respondiam: “Estuda os vedas”. Mas ele já os estudara e ainda não havia encontrado as respostas.
            Encontrou-se com 5 monges que também procuravam a sabedoria. Estes lhe disseram que era através do ascetismo que se chegava a sabedoria. Durante sete anos se submeteu a jejuns e penitências até que um dia desmaiou de fraqueza, então, resolveu comer e  sentiu-se com mais força para pensar e concluiu que pelo ascetismo não se chegava à sabedoria. Os monges escandalizados o abandonaram. E sentando debaixo de uma figueira braba ( Bo ), disse: "Aqui fico até descobrir a sabedoria”.
            Finalmente no dia 08 de dezembro concluiu que: “O bem deve vir do bem e o mal deve vir do mal”. Nessa noite sagrada ele torna-se então o Buda, o iluminado. Procurou os monges e contou a eles sua descoberta e concluiu: “Então os sacrifícios e as preces dos deuses são estúpidos. O fogo é sempre quente e o gelo é sempre frio. A água corre sempre para baixo. Ora, não são sacrifícios e orações que vão mudar estas coisas. Logo, elas são inúteis assim como os ídolos. Os vedas não são livros sagrados, pois mandam fazer orações e sacrifícios, adorar ídolos. E Brahma dividiu os homens em castas, então isso também não é verdade, a única divisão é entre os bons e os maus. Nem creio que o mundo foi criado por Brahma, o mundo sempre existiu e sempre existirá.”
                        AS 8 VIAS DO BUDISMO:
Dor: a primeira verdade  é que a vida é cheia de dor.
Há um passado de dor, um presente de dor e um futuro de dores.
A segunda verdade é sobre a origem da dor. Esta provém do desejo de experiências sensoriais. Ex.: bens materiais, sexo, poder, fama etc.
A terceira verdade é sobre a supressão da dor. É preciso procurar a viver a verdade da vida, sem ilusões, sem fugir das coisas dolorosas e cruentas. Assim, se entra no nirvana: é aniquilamento da existência individual e a extinção do sofrimento. É o céu do budismo. Só que esse céu não é um encontro com Deus, porque o budismo não se preocupa com a existência de Deus, até podemos falar do budismo como ateísmo. Não no sentido que se negue a existência de Deus, mas no sentido de que não se preocupa com ela.
A quarta verdade é sobre o caminho que leva à supressão do desejo. O desejo apaga-se quando se segue o meio-caminho. Nada de prazeres nem de renúncia, nem ódio nem amor, nem tristeza nem alegria. Ao meio-caminho se chega seguindo o sagrado caminho das oito vias ( oito regras de vida):
1.      Fé pura: a verdade é o guia do homem.
2.      Vontade pura: ser sempre calmo e nunca fazer dano a nenhuma criatura.
3.      Palavra pura: nunca mentir, nunca difamar ninguém e nunca usar linguagem grosseira e áspera.
4.      Ação pura: nunca roubar, nunca matar e nunca fazer nada de que uma pessoa possa se mais tarde arrepender-se ou envergonhar-se.
5.      Meios de existência: nunca escolher uma ocupação que seja má, tal como a falsificação, manejo de coisas roubadas, usura e semelhantes.
6.      Atenção pura: procurar sempre o que é bom e afastar-se do mau.
7.      Memória pura: ser sempre calmo e não permitires pensamentos que estejam dominados pela alegria ou pela tristeza.
8.      Meditação pura: consegue-se quando todas as outras regras foram seguidas e a pessoa atingiu o nível da paz perfeita.
Moral: podemos resumir essas oito regras de vida numa moral negativa e positiva.
a)     negativa:
1)      Não matar ( nem mesmo animal).
2)      Não furtar.
3)      Não tomar a mulher do próximo.
4)      Não mentir
5)      Não tomar bebidas alcoólicas.
b)    Positiva: Resignação ao sofrimento individual, a meditação sobre o sofrimento dos vivos, o esforço por participar, em imaginação, de suas dores e alegrias, a benevolência ( libertação do coração), a piedade, o perdão das ofensas e o sacrifício por outrem.
Monges: O budismo sobretudo é uma religião de monges e monjas. O país por excelência do budismo é a Tailândia. É um país de 26 milhões de habitantes, há 18 mil mosteiros e 240 mil monges. Ser monge é o último estágio  antes de chegar ao nirvana.
Os monges, além dos cinco mandamentos citados acima, devem observar mais os seguintes:
Sexto mandamento: que consiste em não tomar qualquer alimento além da refeição do meio-dia.
Sétimo: evitar espetáculos mundanos.
Oitavo: não ornamentar nem perfumar o próprio corpo.
Nono: evitar os leitos macios ou elevados do chão.
Décimo: Viver em constante pobreza.
Os monges são obrigados à castidade perfeita, à obediência e à pobreza. As suas ocupações são os estudos dos textos antigos e a oração feita à base de fórmulas e ladainhas. Muitos se dedicam ao ensino e aos problemas assistenciais.
Salvação: O budismo é uma religião de auto-salvação. Basta seguir as máximas de Buda e chegar-se-á pelas próprias forças do nirvana.
Culto : O ateísmo búdico ( Buda Não fala em Deus, não diz sim nem não sobre a sua existência), comporta somente o culto de recordação.
Contribuição: Durante vários séculos o budismo espalhou, sobretudo na Ásia, seu ideal de doçura e compaixão, apagando ou mitigando a crueldade de centenas de povos orientais.
Buda morreu aos oitenta anos, em 477 a.C. Disse que não era deus e que não queria ser adorado. Porém, mais tarde fizeram dele um ídolo e encheram templos com suas imagens.
O budismo vê o mundo como aparência enganosa. Aceita também a reencarnação. É a primeira religião universal.
No Tibete o budismo misturou-se com concepções totêmicas e animistas: é o lamaísmo. Buda é considerado como encarnado numa espécie de papa. Dalai-Lama, chefe de uma teocracia. No Japão o budismo virou zen-budismo, no séc. XII.
É uma reforma do budismo. Tem algumas práticas diferentes. Procura levar o homem ao estado de não pensar, de imperturbabilidade. É a meditação sem objetivo. O maior pensador zen é o professor universitário de Kyoto, Japão, Sr. Daisetz Teinaro Suzuki.     









JAINISMO

Fundação: Século VI a.C.
Fundador: Mahavira (o grande herói)
Lugar : Índia.
Livro Sagrado: Agamas.
Adeptos: 1.500.000 (em 1972).
Distribuição: Quase exclusivamente na Índia.
Doutrina: O jainismo ensina uma reverência profunda pela vida, de tal maneira que lhes é proibido matar ou ferir qualquer vivente, por palavras, pensamentos ou atos. “Não matar animais para comer. Não caçar ou pescar a mínima criatura, seja de que maneira for. Não matar o mosquito que pica ou a abelha que ferroa. Não ir para a guerra. Não lutar contra aquele que ataca. Não pisar um verme no caminho. Mesmo o verme tem alma.” Por isso são vegetarianos e não podem cultivar a terra, cortar árvores, nem ferver água, nem usar fogo... porque poderiam matar insetos. São quase todos mercadores e banqueiros. São muito ricos e gostam de construir templos e casas para vacas e hospitais para animais doentes, ou enfermarias para pássaros doentes ou até insetos.
              Levam o ascetismo às suas conseqüências extremas; terminam por exaltar o suicídio. Mahavira não queria saber de rezas nem de sacrifícios e nem de adoração de ídolos. Só fazendo o bem pode alcançar o nirvana. O jainismo tem em comum com o hinduísmo e o budismo a idéia de auto-salvação, reencarnação, vegetarianismo e nirvana, e a aparência enganosa da matéria.























TAOÍSMO
Fundação : Século VI a.C.
Fundador: Lao-Tsé (ou Tseu). Lugar: China.
Livro Sagrado: Tao-Teh-King (livro da razão e da virtude).
É o menor livro sagrado que existe. Contém 25 páginas e 5 mil palavras. É muito obscuro, de modo que exigiu a leitura de numerosas obras para a sua compreensão. Assim, depois de duzentos a trezentos anos chegou-se a inúmeros livros de explicação. Os taoístas liam não mais o livro de Lao-Tsé, mas as explicações dos explicadores que explicavam as primeiras explicações do Tao-Teh-King.                                                     O livro principal chama-se Tchuang-Tseu.
               Adeptos: 56.000.000.
               Distribuição: China Coréia e Manchúria.
 Ramificações: Como o taoísmo é uma religião mística, as suas interpretações e, portanto, as suas ramificações são inúmeras.
Vida: Lao-Tsé chamava-se Li-Pehy-Yang. Foi zelador do arquivo real da cidade de Lo-Yang, onde teve tempo para ler muito e tornar-se sábio que o povo chamava de Velho Filósofo. Permaneceu no serviço até os noventa anos, quando se demitiu, porque os dirigentes eram egoístas e desonestos. Quis abandonar a província, mas na fronteira foi reconhecido pelo guarda e retido. Então Lao-Tsé prometeu escrever os seus ensinamentos, e ali mesmo se sentou e começou a escrever seu pequeno livro de 25 páginas. Deu-o ao guarda, e assim pode deixar a província. Lao-Tsé foi embora e ninguém mais soube dele.
Educação: Lao-Tsé afirma que as pessoas nascem boas e não precisam de instrução. O pombo toma banho todos os dias para se tornar branco? Não é branco por natureza. O mesmo sucede com as pessoas. Se são boas e justas em si, não precisam ensinar-lhe a justiça.
Tao: Lao-Tsé disse o primeiro dever das pessoas é crer no Tao, e o mundo cuidara de si mesmo, Mas o que é esse Tao? O caminho de Deus. Outros traduzem: a ordem do mundo. Outros ainda: Deus. Tao: aqueles que sabem não o dizem, e aqueles que falam não o sabem...No entanto, é a coisa mais importante da vida. Isso significa que o Tao é o inefável, o invisível.
Guerra: Para Lao-Tsé, não há prazer em vencer batalhas. “Quem venceu na batalha, comporte-se como num funeral”. Ele era contra as guerras.
Pena de morte: Ele também se pronuncia contra a pena de morte. A única maneira de fazer com que as pessoas sejam boas é tratá-las com bondade. Para os que são bons para comigo, eu sou bom; para os que são maus comigo também sou bom. Desse modo todos se tornarão bons. Um homem verdadeiramente bom ama a todos os homens e não odeia nenhum.
As três virtudes principais são : A economia , a simplicidade da existência; depois a modéstia, o retraimento e finalmente a piedade: é preciso fazer o bem mesmo aos que fazem o mal.
Adoração:Os taoístas começaram a adorar o imperador, os dragões, os ratos e as cobras.
Com o passar do tempo a crença em diabos e em toda uma série de espíritos se tornou comum. Para manter os espíritos afastados, atravessando uma floresta, canta-se ou assobia-se. Os espíritos das florestas detestam música. Para que não entrem em casa, no lugar da porta, pintam-se florestas e selvas; assim os espíritos são enganados penetrando nestas florestas. Os espíritos piores são os da montanha. Os espíritos maus chamam-se Kwei, e os bons, Shen. Esses últimos deixam às vezes de ser bons. O espírito bom não dá sempre chuva quando convém. É porque está dormindo. Então constróem um gigantesco dragão, símbolo do espírito bom, levam-no em procissão pelas ruas para o acordarem. Vê se como uma doutrina, tão sublime como a do Tao, vai decaindo e se deturpando.     





 
XINTOÍSMO
Fundação: Pré-história.
Fundador: desconhecido.
Lugar: Japão.
Livros sagrados: Kojiki ( livro das coisas antigas), Nihonji ( crônicas do Japão), Yengishiki (hinos e preces).
Adeptos: 80.000.000.
Distribuição: Japão e onde há japoneses xintoístas.
Centro religioso: Icê.
O xintoísmo não teve nome por muito tempo. Xinto, o termo significa caminho dos deuses, surgiu provavelmente em oposição ao budismo, que entrou no Japão no século VI da nossa era. Para os japoneses de dois mil anos antes de Cristo, o mundo era pequeno. Acreditavam que eram o único povo da terra. Que o céu estava muito próximo, tão próximo que um dia uma seta atirada da Terra tinha furado o céu fazendo um buraco, de onde provieram as árvores, arbustos, ervas e todas as criaturas vivas. Que a vida no céu era semelhante à do Japão, mas em edição melhorada. Que debaixo da terra havia pessoas como em cima, onde as coisas não eram tão boas. Havia uma entrada para lá, mas o tremor da terra fechou-a com uma grande pedra.
A ponte que dava para o céu também se partiu e nunca mais foi reparada. Naquela época a religião dos japoneses era muito simples, sem livros nem mandamentos nem sacerdotes. Acreditavam que o Sol, a Lua. A floresta e os rios tinham um espírito que podia fazer mal ou bem, esse último tinha que ser adorado. Além de adorarem a natureza, adoravam também o Mikado ( o imperador).
Criação:O Idzanagui (varão sedutor) e Idzanami (a fêmea sedutora) foram encarregados pelos deuses para criar o mundo. O Idzanagui tomou a lança de jóia do céu e arremessou-a no oceano. Quando levantou a lança a água salgada que pingou dela se endureceu e nasceu uma ilha, e os dois foram viver nela, e aí criaram a grande terra das 8 ilhas, fizeram aparecer a deusa Sol, o deus da Lua e o deus Tempestade. A deusa Sol constituiu família e o seu neto Jimmu Tenno tornou-se o primeiro imperador do Japão. Por isso, ele não pode ter relação nenhuma com o comum dos mortais. Hoje em dia a bandeira do Japão tem o Sol vermelho para significar que esse país  é o país do sol nascente, onde viveu em tempos idos a deusa Sol.
Kami: O xintoísmo é, sobretudo, culto dos kami (espírito dos mortos). Levam oferendas aos mortos como alimentos, objetos dependendo de suas necessidades. Os vivos dependem dos mortos, acreditam que sem a proteção dos espíritos podem se tornar infelizes. O mundo japonês é cheio de espíritos bons e maus. Existem os kamis da família; os da vila ou do clã; ou os da nação, isto é, sobretudo os espíritos dos ancestrais, do imperador, e finalmente os kamis que animam a natureza, o céu, as árvores, as pedras e até os utensílios e instrumentos de cozinha. Determinados espíritos, mais poderosos, tornam-se verdadeiros deuses. As divindades mais populares são: O jizo, protetor das crianças nascidas e por nascer; e o Kwannon, protetor contra os males e protetor da humanidade em geral.
     Para venerar o kami é preciso arrepender-se de havê-los ofendido, mesmo sem ter consciência disso. É necessário comparecer ao templo de corpo limpo. A limpeza física é dever religioso. O Japão está cheio de templos, tem os seus sacerdotes, que não estão obrigados ao celibato e podem mesmo exercer outras funções.
Culto: Consiste em recitar preces ou fórmulas que datam da mais alta antiguidade, em apresentar aos deuses oferendas, legumes, arroz, frutas, peixes, como também tecidos fitas de papel colorido e danças realizadas por jovens.
Moral:  Os japoneses se consideram uma raça divina que precisa seguir apenas a sua natureza. Os filhos devem respeitar os pais, e a mulher, ao marido. Se não for possível procriar, é preciso adotar um herdeiro masculino que continuará a prestar homenagens aos antepassados. Para com a Pátria é preciso patriotismo e lealdade, até o sacrifício da vida.
Características: O xintoísmo admite uma infinidade de deuses; os espíritos dos mortos sobrevivem sem recompensa nem punição; não há reencarnação; seus templos são sem estátuas e celebra-se uma liturgia de poucas oferendas, poucas fórmulas e o rito é de purificação pela água. Como contribuição à civilização temos seu reconhecimento para com os ancestrais, sua polidez delicada e o amor a natureza que anima sua sorridente alegria. Com o xintoísmo os japoneses aprenderam a amar a natureza, pois este ensinava a adorar as montanhas e os vales. Com o confucionismo, os japoneses adquiriram o gosto de aprender e, com o budismo, aprenderam a amar o belo.

  




















HINDUÍSMO
Fundação: Tem sua origem pelo ano 1.500 a.C.; nasce da síntese dos elementos religiosos dos vencedores (arianos) e dos vencidos (os autóctones). Esta religião não provém de uma revelação, mas nasce da experiência humana. Consiste na investigação das profundezas da alma, na reflexão sobre si mesma, da preocupação em não deixar escapar nada de experiência.
Fundador: Não tem fundador individualizado.
Lugar: Índia.
Livros sagrados: Os Vedas, os Brahmanas, Upanichades. Estes são os mais conhecidos, mas há muito mais. O mais influente escrito religioso da religião hindu é Bhagavad-gita (canto sublime).
Adeptos : 800 milhões.
Distribuição: O hinduísmo é uma religião nacional. Só pode ser hindu quem nasce hindu. Portanto, o hinduísmo existe na Índia e onde há hindus, como na Indonésia, Paquistão, Ceilão, Birmânia, Malásia e África do Sul.
Alguns autores costumam distinguir três fases nesta religião:
1)   Vedismo: 1.500 a.C.
Livro: Vedas (saber)
Não há ainda a idéia de transmigração (reencarnação).
 Salvação pelo sacrifício.
2)   Bramanismo: século IX ou VIII a.C.
Livro: Bramanas ( manuais para o sacrifício) e Upanichades (comunicações confidenciais).
Salvação pelo conhecimento.
3)   Hinduísmo: primeiros séculos do cristianismo.
Livro : Puranas (antigüidades).
Salvação está no Amor.
O hinduísmo se subdivide em budismo e jainismo, que são duas heresias. O mesmo não conhece dogmatismo.
Deus: O credo fundamental do hinduísmo é o  da existência de um espírito universal chamado Brahma (alma do mundo). Essa alma do mundo também é chamada de “Trimurti”, o Deus trino e uno, cujo nome acreditavam ser; 1) Brahma, o criador; 2)Vishnu (Krishna), o conservador; 3) Shiva, o destruidor.
         O hinduísmo acredita ainda em muitos deuses menores. Existem 33 milhões de deuses. Os sacerdotes hindus afirmam que são apenas representações de diferentes atributos de Brama ou nomes do mesmo Deus.
         O deus Vishnu se encarna em Rama e Krishna.
Castas: Brahma criou primeiro o homem, depois a mulher. Desde o início houve diferentes castas. Da cabeça de manu (homem) vieram as pessoas melhores, os sacerdotes (Brahmanes). Das mãos vieram os reis e os guerreiros. Das coxas, os artesãos( negociantes e agricultores), e dos pés veio o resto do povo (súditos), que pertence à classe mais baixa, e abaixo de qualquer casta estão os párias (escravos). Estas são as quatro principais castas da Índia. Quanto mais alta a classe, tanto mais privilégios. Não se pode passar de uma casta para outra. Um homem de casta mais elevada não come e nem bebe em companhia de um de casta mais baixa. Não entra no mesmo templo e as crianças não podem brincar juntas.
         O pária não pode entrar numa loja de um indivíduo de casta superior. Diz em voz alta o que quer e deixa o dinheiro num lugar especialmente determinado. Tendo o lojista deixado a mercadoria na rua e voltado para a loja, o pária então vai e a recolhe. Esta é a única religião que ensina a divisão de castas.
         Em 1950 a constituição hindu aboliu o sistema de castas, mas um costume milenar e que ainda hoje é ensinado pela religião é difícil de desaparecer.
Reencarnação: Os que são bons nesta vida serão recompensados, encarnando-se numa casta superior. A alma do homem provém de Brahma. Se ele morre, sua alma se separa e entra numa casta superior ou numa inferior, ou mesmo num animal, até pode ser uma cenoura, é a lei do Karma. O último estágio de reencarnação é ser sacerdote (segundo outros, é a vaca), e se for bom sacerdote ele regressa à Alma do Mundo, a Brahma. (o eu, atma, se perde em Brahma, como uma gota no oceano).
Mundo: Toda realidade terrestre é aparência enganosa, é fonte de sofrimento. Por isso a meditação e os exercícios de concentração como o yoga, símbolos de renúncia e introversão permitem integrar-se a Brahma. Não há estímulo para trabalhar para acumular riquezas. Tudo isso nos faz compreender o porquê da miséria na índia e, por outro lado, a sua profunda riqueza espiritual.
Animais sagrados: Vacas, macacos, serpentes. Esses animais são sagrados porque neles habita de maneira especial a divindade(Brahma). Quem comer carne de vaca ficará tantos anos no inferno quantos forem os pelos da vaca. Ela é também sagrada porque é consagrada à deusa do amor, Lakhismi, e por ser o símbolo da maternidade.
São vegetarianos : Brahma está presente em todas as coisas, e de maneira especial nos animais.
Não-violência: Uma das doutrinas que mais chamam a atenção do mundo moderno, foi ela a arma usada por Gandhi, na luta pela independência contra os ingleses; e por Martin Luther King, nos EUA , contra o racismo e no Brasil por D. Hélder Câmara. Os hindus pregam a não-violência porque em cada homem pode estar o antepassado reencarnado.
Cremação: Como a crença é na reencarnação eles preferem cremar os cadáveres.
Ganges: Os hindus conhecem diversos rios sagrados, mas o  rio Ganges é o principal deles e é onde fazem abluções. Banham-se para se purificar, e os mais pobres, que não tem como cremar seus familiares, jogam os cadáveres dentro dele.
Benares : É a cidade santa do hinduísmo.    























CONFUCIONISMO:
Fundação: Século VI ac.
Fundador: K’ung-Fu-Tzé, o filósofo (latinizado Confúcio pelos missionários jesuítas do século XVI).
Lugar: China.
Livros Sagrados: Analects e os Cinco K’ing ou os Clássicos.
Adeptos: 338.000.000 (em 1992).
Seitas: Não há ramificações no confucionismo, porque os seus adeptos são livres de seguir, à sua vontade, outra fé.
Deus: Os chineses acreditavam que no início não havia nada. Então apareceu qualquer coisa, e dessa foi criado o P’na Ku. Quando morreu, dele nasceu o trovão, o vento, o Sol, a Lua, os rios, as flores e a Terra. Depois apareceram as pessoas. Os chineses adoravam o Sol, a Lua, os rios, as montanhas etc., porque tinham espíritos.    
Havia diversos deuses, mas o deus dos deuses era T’ien. A chuva, o vento, o trovão e mesmo o arco-íris vinham do céu.T’ien também morava nos céus. Além desses, adoravam também os antepassados: os pais, os heróis, os imperadores. Um imperador disse que os deuses queriam templos, e assim construíram templos.Outro imperador disse que os deuses gostavam de cantos, músicas e sacrifícios e assim por diante.
CONFÚCIO: Quando o pai de Confúcio completou 70 anos, este nasceu. Ao completar três anos, o pai morreu. Casou aos 19 e já foi feito administrador dos celeiros e distinguiu-se logo de tal maneira que foi superintendente dos campos. Mas a inclinação de Confúcio era a filosofia, a poesia e a música; e queria dedicar-se completamente a isso, mas devia sustentar a família que aumentava. Não obstante o seu trabalho, não deixava de dedicar diariamente diversas horas ao estudo.A sua reputação de sábio vinha se afirmando. Aos 23 anos, perdeu sua mãe. Demitiu-se dói cargo para chorar por três anos a morte dela.
        Depois disso não voltou mais ao seu velho ofício, dedicando-se de maneira especial aos estudos, e para ganhar a vida começou a lecionar. Quando tinha 34 anos o número de alunos era de 3.000. O próprio filho do primeiro-ministro da província veio estudar com ele. Aos 50 anos o povo o fez magistrado-chefe da cidade de Chung-Tu. Sua fama se espalhou por toda à parte. Foi então nomeado ministro do crime. Estudou a situação dos presos e chegou á conclusão de que todos eram gente pobre e ignorante. Então era necessário vencer a ignorância pela educação, a pobreza, ensinando ao povo ocupações e profissões úteis (daí talvez venha o ditado chinês: “É preciso ensinar a pescar e não lhe dar o peixe”) A educação se faz em primeiro lugar pelo bom exemplo. Se os governantes são bons, também o povo será bom, e a primeira regra para ser bom é: Não faças a aos outros aquilo que não queiras que eles façam a ti.(Jesus Cristo inverte a frase : Faze aos outros aquilo que querias que eles fizessem a ti). Em dois tempos, esvaziaram-se as prisões, e os juízes, advogados e policiais ficaram desempregados. Confúcio tornou-se conselheiro do Conde Ting, e assim a província se tornou a mais rica da China. Os governadores de outras províncias, invejosos, tramaram um estratagema: mandaram ao conde dançarinas e cavalos de corrida de presente. O Conde perdeu-se na folia. Não tinha mais tempo de escutar Confúcio. Resultado: a sua próspera província tornou-se pobre e as prisões voltaram a ficar cheias.Confúcio abandonou a sua província. Tendo que atravessar o rio mandou um dos acompanhantes pedir a um eremita que dissesse onde havia um barco, mas este disse que era melhor se fazer eremita do que seguir o mestre que corre de província em província. Confúcio fez ver aos companheiros que fugindo dos males, como fazia o eremita, que se melhoram as coisas. Saber o que é justo e não praticá-lo é covardia.
        Durante quinze anos vagueou à busca de um governante que quisesse ouvi-lo. Então, tendo perdido a mulher regressou à sua terra, onde escreveu a história de Lhu, sua província natal; reuniu poesias chinesas.
        Não se deve pagar o mal com o bem. Com que se pagaria então o bem? Pague o bem com o bem e faça justiça ao mal. Se o consultavam, respondia a todas as perguntas, menos as sobre Deus ou o céu, ou se havia vida após a morte.
        Amor: Se dermos mais apreço ao esforço que à recompensa, isso é amor. A alegria de fazer qualquer coisa, não pela recompensa, mas pela alegria em si, isso se chama amor.Fazer o bem, não pela recompensa, mas porque dá gosto fazer o bem, isso é amor.O amor dá paz.
        Deseja o justo, segue o bem, repousa no amor, age com arte. Esses são os caminhos que conduzem à vida do bem.
        Confúcio morreu aos setenta e quatro anos, em 428 aC, foi chorado por todo o império. Tse-Tsé, seu neto, recolheu os seus escritos e ensinou a doutrina de Confúcio: Aqueles que fazem a caridade devem ter compreensão e não humilhar a pessoa à qual fazem caridade. Também Mang, 100 anos depois, começou a espalhar a sabedoria de Confúcio, isto é, que o governante deve administrar o seu país segundo as cinco virtudes constantes:
-         Benevolência: desejar trabalhar para o bem do povo.
-         Retidão: não façais aos outros aquilo que não quereríeis que eles voz fizessem (Jen).
-         Decência: Comportar-se com cortesia para com as pessoas sobre as quais se manda.
-         Sabedoria: ter como guias o conhecimento e a compreensão.
-         Sinceridade: ter sinceridade em tudo que se faz. Sem ela o mundo não pode existir.
Paz: A moral de Confúcio é pacifista. E uma das finalidades do Estado é garantir a paz.
Obediência: Deve-se obedecer ao Estado e aos pais. O maior dever do filho é a piedade filial.
Nada de Metafísica: Minha vida é minha prece. Não sabemos se os mortos sobrevivem. O homem honrado não tem vergonha de estar mal vestido. É preciso ganhar dinheiro para viver, e não viver para ganhar dinheiro.
Antepassados: Confúcio tem um respeito profundo aos antepassados, cuja lembrança reconhecida é preciso guardar, e aos quais é necessário render as homenagens tradicionais.

E em todas as escolas da China os conceitos de Confúcio estão fixados nas paredes e as crianças os aprendem logo que conseguem ler. Os chineses nunca adoraram Confúcio como um Deus: veneram-no como a um santo.


Atividades: Confucionismo

1)   Qual a origem do confucionismo?
2)   Cite 3 dos ensinamentos de Confúcio :
a)___________________________________________________________________________________________________________________
b)___________________________________________________________________________________________________________________
c)___________________________________________________________________________________________________________________
3)   Explique as cinco virtudes constantes:
a)   Benevolência:
b)   Retidão:
c)   Decência:
d)   Sabedoria:
e)   Sinceridade:
              4) Para Confúcio qual era a finalidade do Estado (dos governos)?                
              5)As idéias de Confúcio são ultrapassadas? Por que será que ainda hoje muitos povos orientais ainda seguem seus preceitos? Analise suas idéias e dê sua opinião.

























As religiões na Antigüidade
        A religião na Mesopotâmia:
     Os mesopotâmios adoravam diversas divindades e acreditavam que elas eram capazes de fazer tanto o bem quanto o mal. Os deuses se diferenciavam dos homens por serem mais fortes, todos poderosos e imortais. As divindades representavam os elementos da natureza, como vento,a água, a terra, o Sol, etc. A prática de diversos tipos de adivinhação foi fator importante da religião. Os animais eram sacrificados nos cultos religiosos. Cada cidade tinha um deus próprio, e, quando uma alcançava predomínio político sobre as outras, seu deus também se tornava mais cultuado. No tempo de Hamurabi, por exemplo o deus Marduc de Babilônia foi adorado por todo o império.
     A divindade feminina mais importante era Ishtar, deusa da natureza e da fecundidade. Também era conhecida na forma de Astarte, simboliza a fertilidade; assim era representada despida.

  O papel da religião na sociedade egípcia:
A religião desempenhava um papel muito importante na vida dos antigos egípcios. Todos os aspectos da vida das pessoas eram regulados por normas religiosas. Havia cerimônias religiosas para numerosos acontecimentos da vida dos indivíduos (nascimento, casamento, morte,etc.)e também da vida das comunidades (festas da época da colheita, por exemplo).
     No Egito antigo a religião deixou sua marca em quase todos os setores da vida: a arte era uma expressão de simbolismo religioso: na literatura e a filosofia estavam repletos de ensinamentos religiosos.
     Os antigos egípcios acreditavam numa vida após a morte. É graças a essa crença que hoje sabemos tanto sobre eles, pois a maior parte do que conhecemos hoje baseia-se nas pinturas e nos objetos deixados por eles nos túmulos.
     As pinturas representam geralmente cenas da vida cotidiana dos egípcios.       
     Eles construíram grandes túmulos, dos quais os maiores foram as pirâmides, que eram os túmulos dos faraós. As pirâmides continhas grandes quantidades de objetos que tinha pertencido ao morto; móveis , jóias, objetos preciosos etc. Faziam isso porque acreditavam que assim garantiam seu conforto na outra vida, (leiam também o texto  “os mistérios das pirâmides  pg 76 )
     Os egípcios tiveram incontáveis deuses, com funções e aspectos variados.Existiam deuses universais e locais. Entre os primeiros, alguns estavam ligados a morte e ao enterro das pessoas. é o caso de Ósíris.

     O culto a Ísis e a Osiris foi o mais popular no antigo   Egito Ósiri e sua irmã-esposa , Iris, povoaram o  Egito e ensinaram aos camponeses as técnicas da agricultura .,Conta à lenda que o Deus Set apaixonou-se por Ísis e por isso assassinou Ósiris. Este ressuscitou e dirigiu para o além, tornando-se o deus dos mortos. Os antigos egípcios acreditavam que as lágrimas de Ísis, que chorava a morte do esposo, eram responsáveis pelas cheias periódicas do Nilo. Também era adorado o seu Hórus filho de Ísis e Osíris.  

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